O Domingo Espetacular foi à Manaus para conversar com Zezinho Corrêa, vocalista do Carrapicho, e os antigos dançarinos do grupo. Separados desde 2003, eles resolveram se reunir para comemorar os 40 anos de carreira e relembrar os sucessos que ajudaram o grupo a explodir nos anos 90. Descubra por onde eles andam.
Vinte anos se passaram desde que os tambores do Grupo Carrapicho fizeram a Europa dançar até o chão com o sucesso “Tic Tic Tac”. As aventuras de levar o ritmo amazônico para as terras do Velho Continente rendem ainda hoje doces lembranças e boas gargalhadas aos dançarinos Hudson Praia e Hira Mesquita, que na época ainda eram adolescentes. Em entrevista, a dupla relembrou a rotina de shows e viagens, a experiência de posarem nus e celebraram a amizade herdada, duas décadas após o boom artístico.
Em abril de 1996, os dançarinos Hira Mesquita, Hudson Praia, Tatiana Oliveira e Ianael Santos desembarcavam no aeroporto internacional Charles de Gaulle em Paris para divulgar o hit “Tic Tic Tac” ao lado do cantor Zezinho Correa e do produtor francês Patrick Bruel, que descobriu a canção em uma viagem ao Amazonas.
O que fazem hoje
Vinte anos após levar o gingado amazonense para os palcos de todo o mundo, os artistas seguiram caminhos diferentes. Ainda envolvido com a dança, Hudson encabeçou um projeto na capital, que há três anos faz a população sacudir o esqueleto e experimentar todos os benefícios físicos e psicológicos que só a atividade pode proporcionar. “Aonde eu chego é ‘Hudson do Carrapicho’, não tenho o [sobrenome] Praia”, divertiu-se.
Ele conta que a iniciativa – que já chegou a atrair mais de 800 participantes em uma única aula – começou com uma brincadeira entre amigos. “Fiquei cinco anos sem fazer atividade alguma e cheguei a pesar 125 kg. Comecei a caminhar na praça Jeferson Peres, fiz amizades, de repente tocou uma musica do Carrapicho e os amigos pediram para ensinar a dançar. Montei uma aula com 20 pessoas” conta.
Com uma agenda concorrida, Hudson dá aulas diariamente. Às segundas, terças e quintas, a aula inicia às 19h30 próximo à praça Jefferson Peres, na Zona Sul. Nas quartas e domingos, o ponto de encontro é a Ponta Negra, Zona Oeste, no mesmo horário.
Já Hira cursa os períodos finais da faculdade de Psicologia e trabalha no comércio. “Depois que saí foi tudo muito difícil, fiquei com o psicológico abalado. Pensei ‘Meu Deus, o que vou fazer agora, se só sei dançar’. Dei alguns passos para trás para colocar a cabeça no lugar”, revelou.
O jovem trabalhou como promotor de telecom em uma grande loja da capital, onde ficou por mais de 10 anos, chegando ao cargo de gerente corporativo. Em outra empresa, ele também assumiu o cargo de liderança, e divide o tempo com os estudos.
“Acho que estou no curso certo, com 40 anos de idade, mas me formo. Trabalho, estudo estagio e ainda tenho tempo para a academia”, concluiu.