Manaus – “Ninguém imaginava que ele estuprava as filhas. Estava sempre disposto a ajudar a comunidade e até fazia condução quando nós precisávamos”, conta uma das vizinhas de E.G.S., pai-avô do bebê, identificado como “Rafael”, de aproximadamente dois meses, situados na rua Saturno, comunidade Cidade das Luzes, bairro Tarumã- Açu, Zona Oeste de Manaus.
O caso ganhou repercussão nesta manhã após a morte da criança, fruto de estupros consecutivos cometidos por ele contra a filha de apenas 15 anos. A adolescente deu à luz após ter sido mais uma vez estuprada pelo “Monstro das Luzes”, vulgo dado pelos próprios comunitários da comunidade, uma relação entre a figura e o nome da invasão. Ele também é acusado de fazer isso com a filha de 7 anos, enquanto a adolescente estava no hospital em trabalho de parto.
A história repugnante que envolveu toda esta família, destruída pelo homem que deveria proteger os integrantes dela, veio à tona e causou repulsa na opinião pública amazonense. A relação abusiva com as filhas também se estendia à esposa dele, mãe das garotas violentadas.
Após a revelação da criança é que os momentos de horror que a família sofria dentro do barraco com menos de 10 metros quadrados foram descobertos.
No total, o homem tem seis filhos com a mãe da adolescente. Além da garota de 15 anos, ele tem mais três meninas e dois meninos. Os vizinhos suspeitam que o filho mais velho tenha doenças mentais ocasionadas pelas lesões provenientes dos atos de violência do próprio pai.
Abuso veio à tona após denúncia da filha
No dia 02 de janeiro deste ano, E.G.S estuprou a filha de 15 anos novamente. Grávida de sete meses, ela teve um sangramento e temeu perder o bebê. Até este momento, a garota disse à polícia que a mãe não tinha conhecimento sobre os estupros.
Nervosa e com bastante medo, ela pediu que a mãe a levasse na maternidade. E.G.S precisou ficar com os outros cinco filhos. Aproveitando-se da ausência da mulher e da adolescente, ele estuprou a outra filha de sete anos. Após o ato, ela conseguiu fugir para fora do barraco e chamou a atenção dos moradores ao estar com manchas de sangue na calcinha.
“Ela correu e foi ‘acudida’. Ao perceber a situação, ele ainda tentou falar que a menina estava com medo de apanhar porque tinha derrubado a irmã mais nova no chão. Ninguém acreditou nele, até porque a garotinha já tinha dito que o pai tinha colocado o negócio dele nela. Falamos para ele que não era verdade porque ela estava com manchas de sangue na calcinha. Quando ele viu que não tinha saída, tentou acusar o próprio filho”, relata outra moradora cuja identidade também será preservada nesta matéria.
A revelação da menina causou a revolta dos populares. O “Monstro das Luzes” foi espancado com chutes, socos, cuspes e só não foi morto porque a polícia chegou na comunidade.
E.G.S foi preso em flagrante e a criança levada ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi comprovado que havia sêmen na vagina e no ânus dela. Hoje, a menina vive com uma tia, sob tutela, em um bairro distante da comunidade. Já a adolescente acabou tendo o bebê prematuro. Por conta disso, a criança precisava de cuidados e de acompanhamento médico. Porém, nesta manhã, ele acabou morrendo durante o sono.
A jovem mãe, abusada e espancada diversas vezes pelo pai, foi quem notou que a criança não estava respirando. Ela sempre acorda às 6h para dar remédio ao bebê, mas ele já estava morto.
Vítima
A adolescente, ainda muito abalada pela morte prematura do filho, revelou à imprensa sobre os abusos. A jovem disse que nunca tinha revelado a história de horror que vivia dentro da própria casa porque era ameaçada constantemente pelo pai.