O ator Luciano Szafir esclareceu em detalhes o que de fato aconteceu com sua saúde para que ele precisasse ser internado às pressas. O pai de Sasha Meneghel recebeu alta no final de semana.
Segundo ele, a Covid-19, que ele contraiu em pelo menos duas oportunidades, foi devastadora.
“Durante a covid eu não conseguia dar três passos, na semana seguinte eu já andava 50 metros sem passar mal. Meu corpo respondeu bem, mas eu não conseguia tomar banho sozinho. Saía cansado, como se eu estivesse corrido meia maratona. Foi um horror“, relatou em detalhes ao jornal ‘O Globo’.
O ator ficou internado por mais de 70 dias desde o ano passado por culpa da doença. As complicações tornaram necessária a instalação de uma bolsa de colostomia. A retirada do dispositivo foi traumática.
“Depois da cirurgia, eu já estava no quarto, começando a me alimentar, prestes a receber alta, uma das alças do meu intestino inflamou e a comida que eu coloquei para dentro ficou entupida. Passei muito mal, precisei vomitar, mas não foi o suficiente, colocaram uma sonda em mim. Um cabo, de cerca de 60 centímetros. Os médicos introduziram pela minha narina até a região da garganta”, relatou ele muito abalado.
Szafir contou que precisou engolir uma mangueira até o estômago. “De lá, eu precisei fazer movimentos peristálticos para engolir o tubo, que tem a grossura de um canudo de milkshake, até chegar no estômago. Fiquei uma semana com essa sonda, sem me alimentar direito, sem dormir, foi desesperador. E isso precisava ser feito para desinflamar as alças e fazer com que o órgão voltasse a funcionar normalmente. Foi doloroso, duro e muito difícil”.
O ator disse que teve medo da morte, sobretudo quando acordou com complicações.
“Eu estava no CTI, eram duas da manhã, tomei meu remédio, dei boa noite para todo mundo e dormi. Quando abri o olho, havia uns quatro médicos em volta de mim. Acordei sentindo uma dor no peito absurda. No quadro, onde fica os batimentos cardíacos, estava marcando 180. O normal acelerado era 70. Os meus batimentos cardíacos chegaram nos 202, antes de pararem. Eu ouvi aquele som contínuo da máquina, o mesmo que escutamos nos filmes quando o personagem morre. Eu só pensava que a qualquer momento as luzes se apagariam.
Eu estava totalmente consciente, quase quebrei a mão da doutora de tanto que eu a apertava. Foram os dez piores segundos da minha vida. E do nada a máquina começou a contar os batimentos novamente, até parar no 80. O meu coração foi desligado. É uma sensação de pular do precipício sem paraquedas”.
“Eu acabei pegando um trauma muito grande de hospital e internação. A todo o momento, desde que eu entrei no hospital, tive medo de morrer. A cada dez minutos, eu não sabia se eu sobreviveria outros dez”.
FONTE: CONTIGO