O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar os institutos de pesquisa nesta quarta-feira, 5, após o ministro da Justiça, Anderson Torres, ter pedido na véspera para a Polícia Federal investigar as empresas. A declaração do chefe do Executivo, em pronunciamento no Palácio da Alvorada, foi endossada pelo governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno.
“Muitos votaram em quem estava na frente para não ter segundo turno, para botar um ponto final nas eleições, para não perder mais um domingo, segundo a ideia dessas pessoas. Arrastaram, sim, pessoas para lá. Tanto é que, quando foi anunciado o segundo turno no domingo, o que aconteceu com nossa economia na segunda-feira? O dólar caiu demais, a bolsa subiu bastante, é uma demonstração de que estavam precificando o que apontavam os institutos de pesquisa, a volta do PT “, disse Bolsonaro.
“A intenção é interferir na democracia. Isso é antidemocrático”, emendou. O chefe do Executivo também afirmou esperar que os institutos “não dobrem a aposta” no segundo turno. Na primeira etapa da disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 48,43% dos votos válidos, contra 43,20% de Bolsonaro. A pesquisa Datafolha divulgada na véspera da eleição apontava o petista com 50% e o candidato à reeleição com 36%. O levantamento do Ipec, por sua vez, mostrava o candidato do PT com 51% e o chefe do Executivo com 37%.
Ibaneis, por sua vez, disse que quem vai determinar se haverá ou não investigação contra os institutos é a Polícia Federal. “Agora, é criminoso, por exemplo, colocarem aqui, um dia antes da eleição, um candidato que teve 4% com 16%, isso só pode ser crime”, declarou o governador do DF, ao lado de Bolsonaro. “Os institutos de pesquisa no Brasil têm agido contra a democracia e merecem, sim, serem investigados e punidos”, emendou.
Estadão Conteúdo