Trecho do inquérito da Polícia Federal que investiga a obstrução da investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) cita o ex-deputado estadual Domingos Brazão (MDB) entre os suspeitos de ser um dos “possíveis mandantes” do crime. As informações são do UOL.
Duas fontes ligadas ao caso confirmaram a reportagem do Portal que essa é uma linhas de apuração que constam no inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital. A PF investiga o trabalho da Polícia Civil após pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao surgirem suspeitas de que haveria ações para desviar o foco das investigações.
Até o presente momento pesava sobre Brazão apenas a suspeita de plantar uma testemunha para incriminar o vereador Marcelo Siciliano (PHS) –adversário pela hegemonia eleitoral em áreas da zona oeste do Rio dominadas por milícias.
Ex-parlamentar e conselheiro afastado do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), Brazão foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido por agentes da PF no último dia 21 de fevereiro.
Em junho do ano passado, ele chegou a prestar depoimento à DH, onde negou qualquer relação com o caso.
O advogado Ubiratan Guedes reiterou que “seu cliente nega qualquer envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson”. De acordo com o defensor, Brazão tem todo o interesse no esclarecimento do crime e colocou à disposição da Justiça seus sigilos bancários, fiscal e telefônico.
Guedes afirma que o ex-deputado não conhece nem o delegado federal nem o ex-PM que incriminou Siciliano.
CASSADO EM 2011 MAIS PERMANECEU NO CARGO
“Por maioria de votos, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro ( TRE-RJ) cassou nesta quinta-feira (6) o mandato do deputado estadual Domingos Brazão (MDB).
De acordo com nota divulgada pelo TRE-RJ, prevaleceu o entendimento de que o deputado se utilizou do Centro de Ação Social Gente Solidária para distribuir serviços e bens com finalidade eleitoreira, ou seja, Brazão recebia votos como contraprestação dos beneficiários do assistencialismo político.
Como ainda pode recorrer por meio de “embargos de declaração”, Brazão permanece no cargo até o julgamento dos recursos, que devem ser ajuizados no próprio TRE-RJ, até três dias da publicação da decisão.
Carioca, de 46 anos de idade, Domingos Brazão está em seu quarto mandato como deputado estadual. Na última eleição, no ano passado, recebeu 91 mil votos.”