Projeto vai atingir 9 mil estudantes até o mês de novembro e terá uma manhã de imersão no CBA.
Enquanto o mundo volta os olhos para a COP30, que será realizada em Belém, no mês que vem, a Amazônia já respira as discussões que estarão no centro das negociações internacionais sobre o clima e o futuro do planeta. O projeto Guardiões da Amazônia, idealizado pela Amazônia B, com apoio de empresas privadas, percorre escolas públicas do Amazonas, alcançando a quarta cidade, e mostra, na prática, como a educação pode ser uma aliada estratégica na construção de um futuro mais sustentável.
Com uma metodologia interativa e dinâmica, os jovens participam de estações de conhecimento que abordam temas como o aproveitamento integral dos alimentos, a transformação de resíduos eletrônicos em robôs e acessórios, compostagem, bioeconomia e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A proposta é despertar nos jovens a consciência de que as soluções para os desafios globais começam no dia a dia, com a construção de bons hábitos e novas escolhas — inclusive no mercado de trabalho.
“A Amazônia não pode ser apenas o tema da COP, ela precisa ser a protagonista. O Guardiões da Amazônia aproxima nossos jovens para dialogar com o mundo, integrando pautas mundiais e regionais, e levando exemplos concretos de educação sustentável”, afirma Belmond Viga, diretor do projeto.
As atividades não apenas despertam a criatividade dos estudantes, como também aproximam a juventude dos temas globais de sustentabilidade, tornando-os multiplicadores de práticas que reduzem impactos ambientais.
“Estamos falando de dar voz para jovens se integrarem às transições que vivemos no planeta. Quando falamos em ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) dentro de uma escola da Amazônia, estamos formando cidadãos que entendem que o presente e o futuro do planeta passam por suas escolhas e que também são responsáveis por ajudar a construir soluções para os desafios e o desenvolvimento local e global. Esse movimento é essencial para que o Brasil se posicione de forma atuante na COP30, mostrando que a educação é um dos pilares da transição para o desenvolvimento nacional e planetário, que busca transformação em vários eixos sociais”, explica Viga.
O projeto será realizado em escolas públicas de Manaus nos dias 22, 23, 29 e 30 de outubro e 4 e 11 de novembro. No dia 31 de outubro, o Guardiões estará no CBA.
Guardiões no CBA: ciência, inovação e vivência prática
Como parte do encerramento da terceira etapa do projeto, que tem o apoio da Valgroup, alunos da Fucapi e de escolas públicas participarão de uma experiência imersiva no Centro de Bioeconomia da Amazônia (CBA), onde terão contato direto com pesquisas e experimentos que transformam recursos naturais da floresta em soluções tecnológicas e sustentáveis.
Durante a visita, no dia 31 de outubro, os jovens conhecerão de perto o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis, a produção de biocombustíveis a partir do caroço do tucumã e a criação de móveis feitos com resíduos da castanha-da-Amazônia. A atividade proporciona uma vivência única sobre o potencial da bioeconomia regional e o papel da ciência na valorização dos recursos amazônicos.
“Levar esses jovens para dentro de centros de pesquisa é uma forma de mostrar que o futuro da Amazônia passa pelo conhecimento. Eles veem de perto que é possível inovar sem destruir, aprender com a floresta e criar soluções sustentáveis que beneficiam toda a sociedade”, destacou um dos educadores do projeto.
Sobre o Guardiões da Amazônia
Idealizado pela Amazônia B, o projeto já passou por municípios do interior, como Manacapuru, Anori e Codajás, capacitando 2.800 alunos e 400 professores em suas primeiras edições. Ao longo de três etapas, a iniciativa deve alcançar 9 mil estudantes até o fim de 2025, sempre com o apoio da iniciativa privada. Mais do que um projeto educativo, o Guardiões da Amazônia se consolida como uma resposta concreta da região, aproximando os jovens e a população das pautas globais e traduzindo, de forma prática, o papel da Amazônia como guardiã não só da floresta, mas também integrada a todas as áreas da sociedade.