A ofensiva foi classificada pelo governador como a maior já realizada no estado, mas gerou críticas por sua alta letalidade e impacto nas comunidades.
Uma megaoperação conjunta das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro deixou pelo menos 64 mortos e resultou em 81 prisões nesta terça-feira (28/10). A ação teve como alvo a facção Comando Vermelho, que domina áreas dos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense. Entre as vítimas fatais, estão quatro policiais, de acordo com informações da Polícia Civil. Também houve registros de feridos, tanto entre agentes quanto entre moradores.
A operação mobilizou 2,5 mil agentes para cumprir cem mandados de prisão em uma região de 9 milhões de metros quadrados. O governador do estado, Cláudio Castro (PL), classificou a ação como “a maior operação das forças de segurança do Rio de Janeiro”, inserida na chamada Operação Contenção, iniciativa permanente contra a expansão da facção. Segundo Castro, a ação foi planejada durante mais de dois meses, com base em investigações que já duravam um ano. O governador chamou os envolvidos de “narcoterroristas”.
Participaram da ofensiva policiais do Comando de Operações Especiais (COE), batalhões da capital e Região Metropolitana, além da CORE e de delegacias especializadas. Foram apreendidos 72 fuzis e grande quantidade de drogas. Entre os presos estão lideranças do tráfico, como Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão”, e Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro.
Durante a operação, criminosos incendiaram veículos, tentaram bloquear vias como a Avenida Brasil e chegaram a usar drones para lançar explosivos. O Centro de Operações e Resiliência elevou o estágio de alerta da cidade para o nível 2. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União cobraram do governo explicações sobre a alta letalidade da ação, questionando se não haveria alternativas menos graves. Organizações de direitos humanos repudiaram a ofensiva, classificando-a como “chacina”. Já a Human Rights Watch afirmou que o episódio expõe o fracasso das políticas de segurança pública do estado.
De acordo com dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, essa foi a operação policial mais letal registrada no Rio desde 1990, superando episódios como os do Jacarezinho (2021) e da Penha (2022).
Fonte: ampost
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