O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), não deverá ter muitas barreiras e problemas no relacionamento com o deputados da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), que foram empossados na sexta-feira (01).
Nenhum dos 24 deputados entre os novos e reeleitos demonstrou ou falou em fazer algum tipo de oposição ao governador.
O cientista político Elso do Carmo explica que quanto mais a democracia evoluir a sociedade vai notar que a ideia de situação e oposição vai se relativizar. Ele explica que são três poderes que a princípios deveriam ser independentes, mas buscando harmonia.
“Constitucionalmente a função do Legislativo é fiscalizar o Executivo e Judiciário, e propor leis. Entre ser oposição ou situação a fiscalização deve ser constante e a proposição de leis de acordo com a vontade popular”, disse.
O especialista afirmou que em relação ao Estado, com Wilson Lima, é difícil declarar oposição frontal a quem ninguém foi eleito ‘representando o novo’.
“É difícil declarar oposição frontal a quem representa o novo e foi eleito com um milhão de votos. Vamos ver até que ponto os parlamentares vão votar com ele. No município o prefeito Arthur tem maioria, mas não sei se sempre vota com os interesses dele. Às vezes tem algum que vota diferente”, explicou.
O que disseram os deputados?
A deputada estadual mais votada do pleito, Drª. Mayara, afirmou que vai seguir a orientação do Partido Progressista (PP) que será definida nos próximos dias.
“Isso (posicionamento) cabe ao presidente do partido falar. Eu, particularmente, vou apoiar o que o presidente do partido determinar”, disse.
Apesar da fala da deputada, o PP se desenha como base aliada ao governo. O provável líder do partido na Casa, deputado, Belarmino Lins, já afirmou que não faz oposição a nenhum governador que estiver no poder.
O deputado Adjuto Afonso que na última campanha apoiou a candidatura de Amazonino à reeleição ao governo, disse que o momento não é de escolher ser de oposição ou situação mas pensar no bem comum. De acordo com o deputado, mesmo tendo apoiado o opositor de Wilson, o que vale agora é a proposição e não a oposição.
“O eleitor não vota em situação ou oposição. Todos sabem que disputamos o mandato ao lado de um governador, mas o povo escolheu outro. Quando se desce do palanque é preciso pensar no povo. Se o governo manda para a Assembleia matérias benéficas, nós temos que apoiar. Eu não sou de oposição, sou de proposição”, declarou.
Um dos mais antigos da Casa, o deputado Serafim Correa (PSB) que na última legislatura participou da oposição ferrenha contra Amazonino, disse que vai dar apoio a Wilson Lima.
“Nós apoiaremos novo governo. Ele veio com a força das ruas com uma proposta boa de renovação e tem tudo pra dar certo. Falta diálogo entre os poderes. Se ficarmos brigando por mais quatro anos não vamos sair do lugar”, afirmou.
Em poucas palavras o deputado delegado Péricles (PSL) também garantiu que não será oposição.
“O meu partido não se manifestou. Não farei oposição por oposição. Tudo que for benéfico para a população terá o meu apoio”, pontuou.
A deputada Joana D’Arc (PR) se descreveu como independente mas logo depois afirmo que vai esperar os primeiros 100 dias do mandato para ver como será o andamento do relacionamento com o Executivo.
“Eu vim de uma oposição ferrenha na Câmara contra o prefeito Arthur Neto. E crítico muito quando tem coisas erradas, mas sou uma boa parceira quando percebo que há a busca pela melhoria. Nesse primeiro momento vou contribuir. Após os 100 primeiros dias vamos tirar os pontos positivos e negativos”, comentou.
Em seu discurso de posso como presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Josué Neto (PSD) afirmou que o governador ganhou a Casa como ‘uma grande aliada’.