O vereador Chico Preto (Democracia Cristã) cobrou da tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta quarta-feira (4), que a Casa Militar da Prefeitura encaminhe ao Poder Legislativo o resultado da sindicância que apurou a participação do sargento Elizeu da Paz na morte do engenheiro Flávio Rodrigues. O parlamentar apresentou o Requerimento 273/2020 que trata do assunto e o documento deve ser apreciado pelo plenário na próxima semana.
O vereador destacou que encaminhou em dezembro do ano passado dois ofícios à Casa Militar solicitado informações. No primeiro, o 88/2019, o órgão público resumiu a resposta dizendo que o servidor Elizeu da Paz foi exonerado, e o segundo, de número 06/2020, informou que a sindicância é sigilosa.
“Essas respostas não dizem muita coisa. Basta demitir? O que eu quero saber é se a Casa Militar verdadeiramente apurou todo o episódio e o envolvimento dos servidores e de estruturas da Prefeitura no caso. Quero me convencer de que a Prefeitura enfrentou o assunto ‘dos veras’ e não varreu para debaixo do tapete. Esse caso não é só com a polícia. A Câmara continua responsável por esclarecer o envolvimento de servidores e o uso da estrutura da Prefeitura no episódio”, afirmou.
Chico Preto destacou, ainda, que pesa sobre o Poder Legislativo os devidos esclarecimentos acerca do episódio. “Essa sindicância teve a liberdade e autonomia para apurar este episódio? Isso que quero saber. Porque se a Casa Militar não teve essa autonomia a Câmara Municipal tem. Esse assunto não está no passado, ele continua a pesar sobre nossos ombros, porque afinal somos nós, do Poder Legislativo, os responsáveis por dar limite ao uso da estrutura pública. O prefeito de Manaus não pode usar a Prefeitura como bem entende. Aquele servidor não foi para lá sozinho, ele não tem bola de cristal. Alguém mandou ele lá para resolver e isso se configura improbidade”, completou.
Não é palanque
O vereador lembrou, também, que toda vez que se pronuncia sobre o assunto é acusado de fazer palanque político em cima da morte do engenheiro Flávio Rodrigues. Ele, no entanto, ressaltou que, na verdade, não tem prazer em falar do caso, mas que pesa sobre seus ombros a responsabilidade de dar uma resposta à sociedade.
“Sou acusado por alguns desorientados de que estou tentando fazer palanque político. Não, eu sou vereador e estou fazendo o meu papel. Não tenho prazer neste assunto, mas tenho obrigação sobre meus ombros e enquanto for vereador este assunto estará em pauta. Além disso, vejo muito desequilíbrio neste caso. De um lado muito dinheiro e poder e do outro uma família humilde do Morro da Liberdade que apenas busca a verdade do episódio. E isso incomoda”, destacou.