Os acontecimentos do último final de semana nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil foram os destaques da fala do vereador Fred Mota (PR) durante o pequeno expediente da Câmara Municipal de Manaus na manhã de segunda-feira (25). Desde o mês de janeiro, a crise política e humanitária na Venezuela se agravou, com grandes reflexos no Brasil.
Da tribuna, o vereador lembrou o caso dos caminhões com ajuda humanitária que foram saqueados e queimados na fronteira com a Colômbia por coletivos ligados ao governo ditatorial de Nicolás Maduro. Mota também lembrou os confrontos recentes entre a Guarda Nacional Venezuelana (GNB) e coletivos e os manifestantes contra o governo de Maduro.
“Só no sábado, a Colômbia registrou 234 feridos. No Brasil, mais de 30 feridos. Temos um saldo de cinco mortos, oito desertores. O autoproclamado presidente interino Juan Guaidó tentou fazer um painel humano para fazer com que a ajuda humanitária entrasse na Venezuela, mas quando a carga entrou, os caminhões com remédios e alimentos foram queimados”, afirmou o vereador.
O parlamentar ainda disse que a situação na Venezuela, por mais que o país seja relativamente distante, pode afetar diretamente a cidade de Manaus. “Santa Elena de Uairén fica mais perto de Boa Vista [capital de Roraima] do que Manaus. Mas se um míssil for lançado da Venezuela em direção ao Brasil, pode muito bem cair aqui na nossa capital”, disse.
Coragem
Durante o pronunciamento, Fred Mota destacou a coragem do coronel José Jacaúna, que lidera as operações do Exército em Pacaraima (RR). Durante o confronto na fronteira venezuelana, o coronel foi um dos que negociou sozinho para que o conflito cessasse. Em entrevista a veículos de imprensa, o oficial disse que nunca viu jogarem bombas de gás lacrimogêneo em direção ao Brasil.
“O coronel Jacaúna foi um herói. Foi, sozinho, até o limite da fronteira do Brasil com a Venezuela para pedir que as balas e as bombas parassem de serem disparadas para o lado brasileiro. Inclusive, digo que já estou engraxando meus coturnos, como combatente de selva da Infantaria, assim como o coronel Jacaúna, para, se preciso for, ir para a fronteira”, salientou.
Foto: Henrique Miranda