A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) realizou, neste fim de semana, o primeiro curso de formação de Arrais Amador para comunitários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro. A atividade é importante para o fortalecimento e profissionalização do turismo de base comunitária na região.
Realizado na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no Lago do Acajatuba, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), a primeira fase do curso ocorreu entre quinta-feira (14/3) e domingo (18/3). As aulas são divididas entre teóricas e práticas. Uma prova também será realizada, em abril. Ao todo, estão participando da capacitação 120 moradores de nove comunidades da Unidade de Conservação (UC).
O curso de Arrais Amador visa formar condutores navais para fortalecer e melhorar a qualidade e o desempenho de atividades profissionais relacionadas à área náutica. O conteúdo vai desde os procedimentos básicos, ensino de sinalizações sonoras e luminosas à técnicas de primeiros socorros.
Por meio de parcerias realizadas pela Sema, o curso e a carteira não terão nenhum custo financeiro aos comunitários. O objetivo é incentivar a legalização de profissionais que já atuam como piloteiros na região e gerar mão de obra capacitada nas comunidades, fortalecendo a geração de renda para quem vive nas UCs.
A secretária-adjunta da Sema, Christina Fischer, acompanhou a atividade e destacou a importância da capacitação. “Esta é uma ação histórica e inédita tanto para a Sema, como gestora das UCs, quanto para a capitania e para os comunitários. A RDS do Rio Negro já recebe muitos visitantes em pousadas comunitárias e restaurantes gerenciados pelos próprios comunitários, por isso tem se tornado referência em geração de renda aliada à conservação ambiental. A habilitação em Arrais Amador é uma demanda recorrente das comunidades para o desenvolvimento dos projetos de pesca esportiva e turismo na região”, explicou.
O representante da Yamaha, empresa parceira da atividade, ressaltou a mobilização comunitária para a realização do curso. “Cada comunidade fica distante cerca de 20 km da outra, sem comunicação telefônica, então não é fácil realizar a mobilização, e hoje temos aqui 120 pessoas participando. É um recorde. Com o sucesso da formação, pretendemos expandir a ação, levando o curso para outras comunidades para que possamos ter mais ribeirinhos aptos a pilotar. Eles sabem pilotar, porque faz parte da realidade deles, mas com o curso nós trazemos a legislação”, disse Carlos Serfaty.
A contramestre fluvial da Marinha Mercante, Elizandra Guimarães, foi voluntária na formação dos moradores da UC. Ela destacou que o índice de mortes em águas doces, tanto por afogamento quanto por acidente, é de 88%, por isso é importante seguir as regras definidas para atividades náuticas. “Viemos mostrar a legislação, pois a prática eles já têm. Nossa missão é ajudar a comunidade a navegar com segurança e poder estar resguardado no caso de uma fiscalização da Marinha do Brasil”, afirmou.
A atividade contou com apoio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), TVLar Motos, TVLar Náutica, Yamaha, Ecolazer, Torneio de Pesca Esportiva Amigos do Tarumã, Escola Náutica Tarumã e Capitania Naval da Amazônia Ocidental.
FOTOS: Divulgação/Sema