A respeito de uma declaração do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM) defendeu a fabricação de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM), cuja fabricantes produziram quase um milhão de peças ano passado.
“Teve um equívoco de o ministro pensar que um incentivo para retirar o outro, porém ele acerta em enxergar que este é o nosso futuro é a biotecnologia”, ressaltou o parlamentar sobre a entrevista em que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que os incentivos fiscais que hoje beneficiam a fabricação de bicicletas poderão favorecer a bioeconomia.
“Em vez de continuar a dar subsídios a fundo perdido para o cara fabricar bicicleta na Amazônia, vamos fazer coisa que realmente precisar estar na Amazônia”, disse o ministro ao blog BRNotícias, do Estadão.
O deputado) explicou que o polo de bicicletas da Zona Franca de Manaus (ZFM), cuja produção deve crescer 7,3% este ano, segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, é um segmento importante para a indústria local.
Integração Paita-Manaus
O projeto de integração Paita-Manaus, que pretende ligar os oceanos Atlântico ao Pacífico pelo rio Solimões, chegando ao Peru, é uma das grandes apostas para fomentar a economia amazonense com potencial para beneficiar toda a região Norte do país, é a grande aposta do deputado e da Superintendência da Zona Franca de Manaus e empresários.
“Um incentivo não cancela o outro incentivo. Lógico que a nossa vocação natural é a biotecnologia. Explorar a biodiversidade local é o futuro. Por isso, estamos trabalhando para criar alternativas que favoreçam a logística de outras localidades até a nossa região, que nós sabemos que muitos anos este tem sido um dos maiores gargalos que impedem o avanço da economia do Amazonas”, disse.
Exploração da Biodiversidade
Para o parlamentar amazonense, fomentar novas matrizes econômicas, como a exploração da biodiversidade, é fundamental para ter uma economia pulsante e promissora. Mas, é preciso fazer isso com os pés no chão, conhecendo a realidade do Polo Industrial de Manaus e seu potencial.
“Há potencial da Zona Franca de Manaus no polo de bicicletas sim. Através dessa rota, que será mais fácil e barata, nós atingiremos os mercados peruano e chileno para vender as bicicletas fábricas aqui. Precisamos superar a questão das nossas fronteiras e explorar os potenciais que são inúmeros”.
Alberto Neto acredita que a exploração das riquezas da Amazônia, através da fabricação de medicamentos, produtos alimentícios, ecoturismo entre outros, é essencial para garantir cidadania as populações do interior do Amazonas com geração de emprego e renda, além de manter a floresta protegida.
“A biotecnologia é mais uma delas que, com certeza, será o carro chefe no futuro. Mas, precisamos pensar no presente. Hoje, os incentivos da bicicleta são importantes e nós precisamos expandir ainda mais as vendas. Isso é bom para o país, isso é bom para o Amazonas. Significa a redução da desigualdade regional”, concluiu.