Em audiência publica realizada nesta segunda-feira (15), pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para debater a prestação de serviço de gás natural no estado, o vereador Chico Preto (DC) afirmou que o ex-vice governador do Amazonas, Samuel Hanan, com a anuência dos ex-governadores Amazonino Mendes e Eduardo Braga, foi o responsável por estabelecer o monopólio da Cigás na distribuição e comercialização do gás natural no estado.
De acordo com o parlamentar, Hanan foi o artífice da lei vigente que, segundo Chico Preto, é uma especie de milícia, onde a empresa que porventura se estabeleça no Amazonas é obrigada a vender para a Cigás.
“É por isso que a Petrobras reinjeta 51% do gás novamente no solo. Porque para tirar dali tem que pagar para Cigás. Isso é um absurdo num ambiente de livre mercado. O Samuel Hanan é o grande artífice desse processo. Ele montou essa engenharia que favorece somente o senhor Carlos Suarez e seus sócios ocultos”, afirmou.
Durante seu discurso, o vereador lembrou, também, que recentemente entregou à Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e à própria Aleam, informações que dão conta de que parte dos lucros obtidos pela Cigás nos últimos anos foram parar em offshores nas Bahamas ao invés de serem investidos aqui.
“A Cigás reparte 75% dos lucros em dividendos. O investimento no estado é quase zero. Tomei conhecimento de uma série de documentos que mostram claramente que o lucro foi parar em paraísos ficais. Esse dinheiro, que na minha opinião, deveria ser investido aqui, movimentado a economia daqui, foi parar em paraísos fiscais. Entreguei tudo o que sei às autoridades competentes para que conheçam, analisem e tomem providências se assim acharem necessárias”, destacou.
Derrubada do veto
Chico Preto tem encampado uma mobilização nas redes sociais pela derrubada do veto governamental ao Projeto de Lei 153/2020, aprovado pela Aleam e que põe fim ao monopólio Cigás. Durante a audiência pública ele reiterou o pedido aos deputados estaduais.
“É primordial a derrubada do veto e o fim do monopólio. Mais empresas é a certeza de mais empregos e melhores serviços, não só para o uso do Gás Natural Veicular (GNV), mas de outro serviços oriundos do gás que hoje nós temos. O gás pode ser encanado e pode ser usado nas cozinhas e ser mais barato que o gás vendido na botija. Precisamos de competição para ampliar o mercado do gás canalizado na cidade de Manaus”, concluiu.