Operação ‘Aliquam’: prende membros de organização criminosa especialista em achar pessoas de baixa renda e fazer delas laranjas, para usar as contas abertas nos bancos para golpes.
Idioney da Silva Lima, 31 anos, Carlos Daniel Andrade, 19 anos, Diogo Wanderley Gomes da Silva, 35 anos, Rosivaldo Oliveira Magalhães (funcionário dos Correios), 47 anos, e Matheus dos Santos Teixeira, 25 anos. foram presos, em uma ação da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, nesta terça-feira (6), em Manacapuru e Manaus, por aplicarem golpes milionários no Banco do Brasil na região.
Um dos líderes da quadrilha, identificado como Donis Monteiro Ferreira, de 22 anos, está foragido. Segundo as investigações, a organização criminosa causou um prejuízo para o Banco do Brasil nos valores que variam entre R$ 300 mil a 500 mil. Na ação, foram apreendidos R$ 7.130, dois rádios comunicadores, quatro motocicletas, um veículo modelo pick-up, documentos de “laranjas”, cartões e máquinas de cartões.
A ação, recebeu o nome de Operação ‘Aliquam e de acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, esta foi uma operação integrada, com 140 policiais civis e militares, que alcançaram resultados exitosos em combate à criminalidade.
“Essa foi uma operação desencadeada em cima de investigações que estavam sendo feitas e foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e prisão, com objetivo de combater esse crime virtual que estava acontecendo em Manacapuru. Nós tivemos um acréscimo durante a pandemia no número de crimes cibernéticos e essa é uma resposta da Polícia Civil em combate a esse crime”, afirmou.
Investigações – Conforme o delegado Heron Ferreira, titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), as investigações iniciaram após registro de uma denúncia crime do jurídico do Banco do Brasil, em fevereiro deste ano, informando sobre os golpes sofridos.
“Essa quadrilha agia da seguinte forma, eles usavam o aplicativo do banco para solicitar empréstimos, vários empréstimos, e dividiam o dinheiro com os laranjas, que eles utilizam os nomes e dados para praticar o crime. Além desses dados, eles também falsificavam informações para conseguir sacar o valor”, informou.
De acordo com o delegado Denis Pinho, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), os membros da organização criminosa cooptavam “laranjas”, geralmente pessoas humildes, com proposta de dividir os valores dos empréstimos.
Os suspeitos solicitavam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil para o banco, fraudavam documentações e ficavam com 30% do valor do empréstimo e o restante eles pagavam os “laranjas”.
“Eles chegavam a realizar, no aplicativo do banco, 20 a 30 cadastros por dia na tentativa de solicitar valores, um volume muito grande, e esse funcionário dos Correios era um braço da organização criminosa que desviava os cartões solicitados e entregava ao líder da quadrilha. O dinheiro adquirido com o golpe era utilizado para comprar bens próprios como veículos, viagens. Os presos são líderes da organização criminosa”, relatou.