Um ataque com dois carros-bomba em uma avenida movimentada em Mogadíscio, capital da Somália, deixou pelo menos 100 pessoas mortas, incluindo crianças, disse o presidente do país, Hasan Sheikh Mohamud, no domingo (30). Um saldo anterior era de nove mortos. “Até agora, o número de mortos chegou a 100 e 300 estão feridos, e o número de mortos e feridos continua a aumentar”, disse o presidente após visitar o local do ataque.
Os dois veículos carregados de explosivos explodiram no movimentado cruzamento de Zobe, em Mogadíscio, e a explosão foi seguida por tiros perto do Ministério da Educação da Somália.
As explosões que ocorreram na tarde de sábado (29) explodiram janelas de prédios próximos e lançaram estilhaços e nuvens de fumaça e poeira no ar.
O ataque ocorreu no mesmo cruzamento onde ocorreu um ataque em 14 de outubro de 2017 com um caminhão carregado de explosivos que deixou 512 mortos, além de 290 feridos.
Este tipo de ataque – que não foi imediatamente reivindicado – é geralmente atribuído pelas autoridades somalis aos milicianos jihadistas do grupo terrorista Al Shabab, que atacam regularmente a capital e as principais cidades da Somália. Os jihadistas tentam há 15 anos derrubar o frágil governo somali, que tem apoio internacional.
Seus combatentes foram expulsos da capital em 2011 pelas forças da União Africana, mas o grupo continua a controlar faixas do território rural e a realiza ataques mortais contra civis e militares.
De acordo com uma testemunha, Abdirahman Ise, havia muitas pessoas na estrada ao redor do Ministério da Educação no momento da primeira explosão. O Shabab reivindicou na semana passada a responsabilidade por um ataque a um hotel na cidade portuária de Kismayo, que deixou nove mortos e 47 feridos.
Nos últimos meses, esses jihadistas aumentaram sua atividade na Somália, um país muito pobre no Chifre da África, principalmente com um ataque de 30 horas a um hotel de Mogadíscio no final de agosto.
Após este ataque, que deixou 21 mortos e 117 feridos, o presidente Hasan Sheikh Mohamud prometeu uma “guerra total” para eliminar o Shabab e exortou a população a “ficar fora” das áreas controladas pelos islâmicos, uma vez que estas deveriam ser objeto de futuras ofensivas governamentais.
Além da insurreição do shabab, a Somália também está ameaçada por uma fome iminente, causada pela pior seca do país em mais de 40 anos. Em todo o país, 7,8 milhões de pessoas – ou seja, metade da população – são afetadas pela seca e 213 mil correm o risco de uma grande fome, segundo a ONU.
Fonte: D24am