O grupo de transição da Petrobras considera que para serem adotadas as políticas previstas no programa de governo de Lula, será necessário rever algumas diretrizes da companhia. Essa é a síntese do diagnóstico feito pelo grupo após semanas de discussões, segundo Rodrigo Leão, membro do grupo de transição do Ministério de Minas e Energia e pesquisador do Ineep, instituto de pesquisas independente do setor de petróleo.
O coordenador do grupo de transição, Maurício Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e o senador Jean Paul Prates (PT-RN), um dos nomes cotados para a presidência da estatal, reúnem-se com representantes da Petrobras nesta segunda-feira (5), na sede da empresa no Rio de Janeiro.
Entre as revisões de diretrizes que devem ser sugeridas estão os desinvestimentos da estatal e o foco na extração de petróleo, segundo Leão.
O grupo de transição deve sugerir que a empresa amplie seu foco de atuação para outras fontes de energia – em linha com o que Jean Paul Prates vem falando sobre transformar a empresa de uma companhia de petróleo em uma companhia de energia limpa.
“Em primeiro lugar, vamos sugerir uma revisão do plano estratégico, que não considera alguns aspectos que consideramos importantes na próxima gestão. Será preciso revisar políticas como o investimento em alguns ativos que a companhia está tentando abrir mão e que consideramos estratégicos para ingressar em outros ramos, como fertilizantes e biocombustíveis. Fertilizantes para monetizar a extração de gás natural e biocombustíveis para entrar em energia limpa”, afirma Leão.
Outro ponto destacado por Leão diz respeito aos desinvestimentos que vinham sendo planejados pela Petrobras desde que a empresa iniciou a política de venda de ativos, após a operação Lava Jato. “Estamos discutindo um reposicionamento no segmento de refino”, diz o pesquisador.
Questionado especificamente sobre mudanças na política de preços da empresa, que acompanha as cotações internacionais, Leão disse que esse tipo de discussão caberá à nova gestão da Petrobras. “Mas stamos avaliando questões mais relacionadas ao ICMS, já que a isenção termina no fim do ano. Estamos estudando o que é prudente ser feito”, afirma.
FONTE: CNN