Janaína da Silva Bezerra, 22, morreu no sábado (28) após ter sido estuprada e ter o pescoço quebrado depois de uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Thiago Mayson da Silva Barbosa, 29, suspeito do crime, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Os dois eram estudantes da universidade.
Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, conhecido como Barêtta, um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou as causas da morte da jovem.
Em nota, o IML confirmou que a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, isto é, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte.
“Por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso”, disse o órgão reforçando que a ação contundente pode ter sido causada.
De acordo com o Uol, Janaína era estudante do curso de Jornalismo da UFPI. Ela ingressou na instituição no período 2020.2.
O delegado do caso explicou que a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da universidade. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.
Em depoimento à Polícia Civil (PC), Thiago, que é aluno de mestrado em matemática na universidade, afirmou que conhecia a vítima e que teriam “ficado” em outras ocasiões. Conforme o delegado,Thiago Mayson relatou que Janaína passou mal durante uma relação sexual consensual. O acusado contou que a vítima desmaiou e ele tentou prestar socorro.
“Estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que, ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo”, completou o delegado.
“Os ferimentos indicam um homicídio qualificado, um crime hediondo, em que o feminicídio pode ser apenas uma das qualificadoras”, concluiu Barêtta.
A UFPI lamentou o fato e informou que o evento não tinha autorização para ocorrer. A universidade disse, ainda, que o reitor determinou a instauração de um processo administrativo para a apuração dos fatos. Segundo a UFPI, a festa ocorreu “sem a autorização de qualquer autoridade da universidade, na área do Diretório Central dos Estudantes (DCE)”.
A universidade disse ainda que “desaprova quaisquer eventos que coloquem em risco a comunidade acadêmica e preza pela segurança e bem-estar de estudantes”.
A universidade disse ainda que está levantando todas as imagens de câmeras de segurança para a investigação. E afirmou que repudia “violência cometida contra a aluna”. Segundo a UFPI, o ato violento “também agride cada uma das mulheres que integram a comunidade ufpiana”.
Fonte: D24am.