Após ler as declarações do príncipe Harry em sua autobiografia, o ex-sargento Michael Booley insistiu que todos os detalhes dos voos de treinamento são discutidos com antecedência. O instrutor afirmou que o dramático relato do príncipe Harry sobre um voo de treinamento “suicida” é uma fantasia completa e estava sentado ao lado dele durante o episódio.
No livro Spare (O que sobra, em português), o príncipe afirma que um instrutor do Exército paralisou a hélice do avião que ele pilotava sem aviso prévio.
“Em um de nossos primeiros voos juntos, sem nenhum aviso, Booley jogou a aeronave em estol”, afirmou Harry.
O termo utilizado pelo príncipe significa que o instrutor deixou o avião ultrapassar o limite máximo de inclinação, chamado de ângulo de sustentação máxima.
“Senti a asa esquerda afundar, uma sensação doentia de desordem, e então, depois de alguns segundos que pareceram décadas, ele recuperou a aeronave e nivelou as asas”, afirmou o filho do rei Charles 3º.
O príncipe ainda conta que, após o episódio, ficou olhando para Booley e questionou se o ocorrido foi uma “tentativa abortada de suicídio”. No entanto, segundo o ex-sargento, essa teria sido apenas a “próxima etapa do treinamento”.
“Estou chocado com isso. Em estado de choque mesmo”, disse Booley ao Sunday Mirror. “Embora o livro me elogie, a lembrança das incursões e lições é imprecisa, receio. É importante destacar que nada na cabine de pilotagem é uma surpresa”, disse o instrutor.
O ex-sargento ainda diz manter a admiração por Harry, considerado pelo instrutor um dos melhores alunos que ele teve.
“Ele era um aluno excepcional, muito talentoso. Ele é um amigo e um homem que respeito imensamente e que sempre vai ter minha atenção”, diz Booley.
O instrutor, porém, não é o único ex-camarada a questionar a versão dos eventos de Harry.
Após revelar no livro que havia matado 25 talibãs durante duas missões no Afeganistão, o príncipe foi criticado por especialistas militares por expor colegas veteranos e até mesmo sua família ao risco de possíveis represálias de terroristas.
O duque de Sussex foi controlador aéreo avançado no Exército Real Britânico de 2007 a 2008 e pilotou um helicóptero de ataque entre 2012 e 2013.
Fonte: D24am