A PF (Polícia Federal) cumpre nesta terça-feira (3) mandados de busca e apreensão em endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em São Paulo e Brasília. A ação, autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, tem o objetivo de apreender armas que ainda estavam com a parlamentar.
Nas redes sociais, a deputada confirmou a operação. “Hoje eu sofri busca e apreensão a mando do STF para entrega de outras três armas que tenho. Apesar de ter entregue espontaneamente minha G3C 9mm, eles levaram também agora minha 380 Taurus, uma Ruger 9mm e uma arma de coleção 38 que eu tinha”, comentou.
Na semana passada, a deputada federal afirmou que entregou à Polícia Federal a pistola que havia apontado para um homem no meio de uma rua da capital paulista em 29 de outubro, véspera do segundo turno das eleições. A Taurus G3C 9mm foi entregue, segundo ela, de forma “voluntária” à corporação.
Zambelli foi filmada ao apontar uma arma de fogo para um homem no meio da rua e, depois, dentro de um bar, na véspera do segundo turno das eleições. Segundo a parlamentar, ela sacou a pistola depois de ter sido agredida e xingada. De acordo com ela, o homem seria militante do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a teria derrubado. Um vídeo gravado de outro ângulo, no entanto, mostra a deputada caindo sozinha ao tropeçar.
“Me empurraram, até me machucaram aqui, me empurraram no chão. Ele me cuspiu várias vezes. Quando ele me empurrou, eu caí, eu saí correndo atrás dele, falei que ia chamar a polícia, que ele tinha que ficar aqui para esperar a polícia chegar. E aí ele se evadiu, eu saquei a arma e saí correndo atrás dele, pedindo para ele parar”, afirmou Zambelli à época.
“Ele ficou com medo, parou dentro de um bar, pedi para ele esperar porque eu ia chamar a polícia e dar flagrante. Ele começou a pedir desculpa. Acabamos de filmar o pedido de desculpas, eu falei: tá bom, você pediu desculpas, pode ir. Ele começou a fazer de novo”, acrescentou a deputada.
Semanas antes, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) havia proibido o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) no dia das eleições e nas 24 horas que antecederam e que sucederam o pleito.
Em entrevista após a confusão, Zambelli disse ter ignorado a resolução. “Conscientemente, estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do [ministro] Alexandre de Moraes, porque ele não é legislador. É simplesmente presidente do TSE e membro do STF. Ele não pode, em nenhum momento, fazer lei. Isso é ativismo judicial.”
FONTE: R7