No primeiro encontro oficial com o presidente Lula, representantes de centrais sindicais vão insistir para que o reajuste do salário mínimo seja maior do que o previsto na proposta do Orçamento de 2023.
A conversa está agendada para a próxima quarta-feira (18), no Palácio do Planalto.
Mais de 600 representantes de diversas categorias devem participar.
A proposta aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro prevê um aumento real de 3% e a ampliação do valor atual de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00.
As lideranças sindicais, no entanto, defendem uma reajuste ainda mais generoso, para R$ 1.342,00 a partir de maio.
O argumento que será levado ao presidente da República, alinhado entre as principais lideranças sindicais do país, é de que o novo governo precisa sinalizar que vai cumprir com as promessas de campanha e de valorização dos trabalhadores – base eleitoral petista.
Durante a gestão de Bolsonaro não houve ganho real sobre o salário mínimo.
Os sindicatos já receberam indicativos do próprio ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de que não será fácil cumprir nem mesmo com o que foi aprovado pelos parlamentares.
O governo tenta encontrar uma saída para bancar o aumento de benefícios do INSS, que são atrelados ao mínimo.
A forte concessão de aposentadorias e pensões no ano passado impactou as contas do governo de Lula, mesmo com a aprovação da PEC da Transição. Pelos cálculos da equipe econômica, seriam necessários cerca de R$7,7 bilhões a mais para bancar um salário de R$ 1320,00 já nos primeiros meses deste ano.
Regras trabalhistas
A pauta dos líderes sindicais inclui ainda a revisão de regras trabalhistas, algumas aprovadas durante a Reforma de 2017.
Entre os pontos levantados pelas centrais como prioritários estão a volta das homologações e dos acordos individuais com a presençã dos sindicato, além da regulamentação do trabalho intermitente.
Já no encontro com Lula, os sindicatos devem defender ainda regras para o trabalho por aplicativos e a criação de um cadastro nacional dos trabalhores que estão nessa condição em todo o país.
A pauta já é vista com atenção pelo Palácio do Planalto.
FONTE: CNN