Para o cientista do Inpa, Lucas Ferrante, o ministro Pazuello e o presidente, Jair Bolsonaro, serão responsáveis pelas mortes quando o estado atingir o segundo pico em agosto.
Em gráficos apresentados hoje (23) no Congresso Nacional, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que já passou o pico de contaminação do coronavírus (covid-19) no Amazonas. Ele participou de sessão na Comissão Mista de Acompanhamento do Coronavírus.
Ao apontar para o final da curva do gráfico, o ministro explicou que a tendência é a normalidade. Referindo-se a Manaus e sua região metropolitana, Pazuello afirmou que a curva é quase zero.
De acordo com o ministro, no interior do estado os dados são diferentes da capital e região metropolitana por conta das diferentes dadas. No entanto os números também seguem baixando.
“O estado do Amazonas é completamente diferente da curva da região Norte e do Brasil. Uma curva muita mais clara, onde o pico já passou e o número tende à normalidade no final da curva”.
Ele defendeu o uso dos dados para que os gestores públicos. Sobretudo para que possam definir as ações nos estados e municípios.
“Isso mostra o quê? Que naquela capital, naquela região metropolitana, naquele estado é essa curva”, disse.
Segundo pico
“Essa fala é absurda. Mostra o quanto o ministro é desqualificado para o cargo e como esse governo tem colocado a população toda em risco”, reagiu o pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia) Lucas Ferrante.
Um dos autores do estudo encomendado pelo Ministério Público estadual (MP-AM) dando conta de que, se não houver um rígido isolamento de dois meses, haverá um novo colapso no Amazonas, Ferrante diz que essa é a opinião de vários cientistas.
Ele citou outros estudos publicados na revista “Nature” e pelo departamento de estatística da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) apontando para necessidade de isolamento social para evitar um segundo pico da doença no estado.
Para o cientista, o ministro Pazuello e o presidente da República, Jair Bolsonaro, serão responsáveis pelas mortes quando o estado atingir o segundo pico em agosto.
“O governo poderia ter tomado uma atitude para mitigar (o problema), mas o governo negligenciou. Essas mortes vão estar nas costas do ministro Pazuello e do presidente Bolsonaro. Teremos um genocídio instalado”, criticou o pesquisador.
Fonte: BNC