Mostra uma família judia realizando a cerimônia pessoal Tashlich na margem do Rio Hudson, em Nova Iorque, com a ponte do Brooklyn ao fundo. Para os judeus da época, deveria ser um contraste espetacular com Bessarábia e o rio Dniéster (limite do lado direito, fronteira com a Ucrânia) e com a Polônia e o rio Vístula, que corta o país de norte a sul, quase no centro.
Os judeus chegaram à Bessarábia no início do século 16, acompanhando a expansão do Império Turco-Otomano. Muitos daqueles judeus eram originais do Califado e Granada expulsos pelos reis Fernan de Aragon e Isabel de Castilla em 1492. Cerca de 35 anos depois estariam na Bessarábia, hoje o países chamado Moldávia.
O Tashlich é mais uma cerimônia de expiação e pecados, antes do Yom Kippur. Tradicionalmente, deve ser feita à beira d’água, seja num lago, rio, mar, reservatório etc. No século 19, era realizada durante a tarde antes de Rosh Hashaná. Contemporaneamente, alguns ramos judaicos fazem à beira-mar, de madrugada, aproveitando o nascer do sol.
Existe uma comprovação histórica de que este ritual é ainda da época bíblica, pois Flavius Josephus (37-100 EC), nascido Yosef ben Mattityahu, sacerdote do Templo e general capturado pelos romanos e que passou a trabalhar pelo Império Romano, o descreveu em seus enormes trabalhos sobre a religião judaica. Nasceu em Jerusalém e morreu em Roma.
O resumo é dado pela inscrição em hebraico no cartão: “E vocês vão lançar todos os seus pecados nas profundezas do oceano”. Como dissemos em outro post, em vários momentos, não só da Idade Média, mas até mesmo no século 19, antissemitas locais acusavam os judeus de estarem fazendo “bruxarias e envenenando as águas”.
O antissemitismo não é criado por meio de lógica, mas de crença patológica contra os judeus.