Um estudante de 13 anos foi assassinado a tiros na noite desta terça-feira (16), no bairro Dom Pedro, na Zona Oeste de Manaus. Segundo familiares, Davi Matos Batista foi para a escola e não retornou para casa. Uma tia do jovem relatou que reconheceu o sobrinho morto por meio de uma foto em redes sociais. Em conversa a mãe conta que o filho já havia sofrido ameaças anteriormente.
O crime ocorreu por volta das 22h, na rua Clara Cordeiro. Já em outra região. De acordo com um investigador da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), moradores apenas disseram que viram um veículo não identificado parado na rua. Logo depois, o menino saiu correndo para dentro de um beco pedindo socorro. O espaço de tempo entre a saída para a escola e o horário do crime ainda não foram esclarecidos.
O jovem foi assassinado dentro desse beco, com um tiro na cabeça. O menino de 13 anos ainda foi torturado antes de morrer, segundo o Departamento de Polícia Técnica Científica (DPTC).
Uma tia do adolescente foi uma das últimas pessoas a falar com o sobrinho, por volta das 18h45. Ele deixou a casa e a caminho da escola, que fica na Zona Centro-Oeste da capital. Ela seguiu para a igreja, como de costume.
“Toda vez antes de ir para a escola ele passava aqui em casa. Ontem não foi diferente. Eu estava saindo pra missa e disse que rezaria por ele. Em seguida ele pediu a minha bênção e do meu marido e eu falei: vai com Deus meu filho. Que Ele te guarde”, disse.
Já tarde, sem o filho ter retornado da aula, a mãe, preocupada, ligou para o celular e o filho não atendeu.
Foi por meio de redes sociais, que à esta altura já compartilhavam várias fotos do jovem morto, que a tia de Davi o reconheceu. Ele estava caído e ainda segurava as alças da mochila.
No local aonde o jovem foi assassinado uma equipe de investigação da DEHS recolheu a mochila. Dentro encontraram materiais escolares e um par de sandálias. Tudo foi recolhido para análise pericial. A família alertou, no entanto, que a camisa que o adolescente vestia não era dele. Tudo isso vai construir o caminho das investigações.
Mãe fala sobre conselhos e diz que filho tinha relatado ameaças
Abalada, a mãe de Davi, uma mulher de 30 anos, conta que há pouco tempo o filho chegou a ser sequestrado por um grupo de desconhecidos. Ele foi colocado dentro de um carro, onde ficou por algum tempo, e depois abandonado em outro lugar. O filho disse que “queriam assustar ele”.
Ela conta que Davi era calmo, desde novo. Frequentava a escola e gostava, mas há pouco tempo começou a ser “difícil de lidar”. Segundo ela, vários conselhos foram dados ao filho por conta da más amizades. Ela afirma que o filho não possuía envolvimento com o tráfico de drogas na região, mas andava com pessoas envolvidas com o crime.
“Ele dizia para eu não me preocupar. Dizia que não estava fazendo coisa errada. Eu rebatia e falava que podia até não estar fazendo a coisa errada, mas andar com quem faz era a mesma coisa”, lamentou a mãe.
Por inúmeras vezes, a mãe relembra as conversas que teve com filho sobre a “nova fase” e as más influências. “Ele pensou que a amizade dele ia prevalecer e agora ta aí [sendo velado]. Sem nenhum amigo, só a gente [família]. Nessas horas o que conta é a família. A gente luta, faz o que pode pelos filhos da gente…”, completou.
“Ele achava que era dono do mundo. Eu sei que ele teve os erros dele, eu corrigia mas eu também tenho que carregar para sempre minha parcela de culpa por não ter pulso para tentar repreendê-lo mais”, finalizou.
G1 Amazonas