O Governo do Estado do Amazonas criou uma força-tarefa reunindo a Defesa Civil, Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) para se antecipar às demandas emergenciais da cheia. Segundo a Defesa Civil do Estado, esse ano, a subida das águas deve alcançar 50 localidades, entre municípios e comunidades do interior.
Em reunião, na última sexta-feira (25/01), na sede da Susam, os órgãos deram início ao planejamento das ações. A estratégia segue orientação do governador, Wilson Lima, que pediu aos gestores um plano de ação para o enfrentamento de calaminades. “Queremos levar não somente a ajuda humanitária, mas também atendimento às famílias com vários serviços, de saúde, cidadania, tudo que possa aliviar o sofrimento das pessoas que todos os anos são afetadas pelas cheias dos rios. Mas, para isso, é fundamental antecipar o planejamento das ações”, disse o governador.
“A Defesa Civil e a FVS já identificaram que haverá um nível de cheia elevado para os padrões historicamente já detectados e que precisam ser tomadas providências de imediato. A reunião foi para poder ajustar esses protocolos iniciais e a deflagração de providências imediatas para evitar a situação de calamidade nos próximos meses”, informou o vice-governador e secretário da Susam, defensor Carlos Almeida. Segundo ele, novas reuniões irão acontecer nos próximos dias.
Situação de atenção – O Subcomandante-Geral para Ações de Defesa Civil, tenente coronel Francisco Máximo Filho, apontou, durante a reunião, que 12 municípios já estão em situação de atenção, sendo eles: Beruri, Canutama, Lábrea, Tapauá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Coari, Fonte Boa, Jutaí e Tefé.
“Buscamos essa transversalidade entre as secretarias na tentativa de otimizarmos recursos e levarmos mais serviços aos nossos irmãos ribeirinhos que por ventura venham a ser acometidos de danos e desastres provenientes da inundação, porque entendemos que nesse tipo de desastre há uma necessidade de atuação de vários segmentos”, destacou Máximo.
De acordo com o coronel, a Defesa Civil não quer atuar de forma isolada, como ocorria nas gestões anteriores. “Nós viemos aqui para montarmos um grande plano de respostas e podermos dar essas respostas levando o maior número de serviços possíveis para as populações”, disse.
A diretora–presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto, ressaltou a atuação da fundação, ao longo dos anos, nas ações preventivas, por meio do Comitê Interno De Vigilância em Desastre e Saúde. Agora, ela propõe ampliar o comitê em nível estadual. “Compor algo maior, o Conselho Estadual de Proteção e Defesa Civil, porque isso extrapola a área de saúde. O objetivo é prover assistência durante um episódio de desastre que pode ser cheia, seca, ou qualquer outro evento que coloque em risco a saúde da população”, explicou.
Ampliação – A secretária da Sejusc, Caroline Braz, propôs a utilização de três embarcações da pasta para o auxílio da Defesa Civil, levando também os serviços de cidadania. “Muitas dessas comunidades mais distantes não têm acesso a esses benefícios sociais. Então, quando o barco passa, a pessoa entra sem certidão de nascimento e sai com a certidão, RG, CPF, ou um senhor idoso já sai aposentado”, contou.
Segundo Braz, outras pastas irão se unir à ação conjunta e, posteriormente, planejar e verificar pontualmente em que cada secretaria pode contribuir.