O Caso Lorena é o retrato fiel da injustiça no Estado do Amazonas. Foram cerca de 10 anos para se ter um “julgamento”. O resultado do julgamento incorpora a magnetude invisível da violência contra a mulher. O patriarcado, o machismo sempre são os principais ingredientes do feminicídio.
Um estudo apresentado recentemente pelo pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Jesem Orellana, apurou que cerca de 50% dos assassinatos de mulheres no Brasil no ano de 2017, envolveram agressões por enforcamentos/estrangulamentos, queimaduras por chamas/fogo, facas, arma de fogo, pauladas e objetos contundentes, agressões físicas fatais e agressões sexuais por meio de força física. Há de se destacar que o montante de agressões por meio de armas de fogo, considerado no estudo, representa apenas 20% do total de agressões registradas por essas armas, no país.
Em Manaus, o estudo apresentou os homicídios intencionais de mulheres com enfoque nos feminicídios, em Manaus, nos anos de 2016/2017, e apontou que cerca de 40% das mortes de mulheres maiores de 11 anos foram feminicídios, ou seja, a cada 10 homicídios de mulheres, em Manaus, nesse período, quatro foram feminicídios, e em torno de 30% e 20% das vítimas de homicídio, sofreram violência sexual e fizeram uso de álcool antes da agressão, respectivamente.
O estudo também aponta que na Região Norte os casos de feminicídios é maior. Para o pesquisador as possíveis justificativas estão associadas ao patriarcado dominante e ao sentimento masculino de que a mulher é propriedade privada, algo que historicamente foi sedimentado na sociedade brasileira.
O outro fenômeno seria a influencia pelos elevados padrões de violência urbana observados na região, que na maior parte das vezes, é superior aos padrões de regiões socioeconomicamente mais desenvolvidas.
Fonte: Portal manaos