Fim de ano, início do outro e Carnaval é um dos períodos de férias mais aguardados pelos brasileiros, principalmente para viajar. Os animais de estimação, como membros das famílias, não podem ficar de fora da programação. Para que nada estrague o período tão aguardado, alguns cuidados com os pets como vacinas e hospedagem são necessários.A carteira de vacinação atualizada é um dos documentos obrigatórios, seja para viagens domésticas ou internacionais. A medida é necessária até mesmo quando o animal de estimação não acompanhar o tutor, e ficar em hotéis com outros animais ou sob a responsabilidade de um pet sitter, um tipo de babá de animais que oferece serviço personalizado.
“Um dos documentos mais importantes para a viagem dos pets é a Guia de Trânsito Animal, a GTA, que só pode ser emitida por um médico veterinário mediante a avaliação prévia do animal”, explica a veterinária e pet sitter do consultório Saintfel, Jessica Duarte. Segundo ela, a vacina antirrábica é fundamental para qualquer tipo de deslocamento, mas, no caso de destinos fora do país, também é exigido sorologia para raiva, que deve ser feita entre 60 a 90 dias antes da viagem, para liberação da guia.Os hotéis de pets, muito movimentados nessa época, também fazem exigências. Os animais que convivem com outros podem contrair várias doenças que podem ser evitadas vacinação. “Em cães devemos nos preocupar principalmente com cinomose, parvovirose e a traqueobronquite infecciosa canina, que é uma gripe dos cães. Já nos gatos devemos nos preocupar com o FIV, que é a Aids felina; com a FelV, a leucemia felina; e com o complexo respiratório felino”, alerta Jessica.
SERVIÇO PERSONALIZADOQuem tem um pet em condição vulnerável, como portador de doença crônica que causa sofrimento ou idoso, o ideal de optar pelo serviço de pet sitter, que oferece cuidados personalizados em domicílio. “Hoje, existe formação para a função, pois o mercado tem expandido bastante. O ideal é optar por profissionais qualificados e que tenham algum tempo de mercado”, explica Jessica.A defensora pública Raquel Figueiredo, 35 anos, é uma das adeptas do serviço. Ela é tutora de dois gatos: Vicent, um macho da raça maine coon, e Tapioca, uma fêmea sem raça definida, que a escolheu como dona. “Minha caçula foi resgatada do motor do meu carro. Não tive como não adotá-la”, conta entre risos. Certa vez, em viagem de férias para o Nordeste, Raquel resolveu contratar uma pet sitter.
“Eu não teria como levá-los comigo e não tinha ninguém em Manaus que pudesse cuida-los durante o período. O Vincent estava fazendo uso de medicação que não podia ser interrompido”, explica a tutora. “A pet sitter vinha a minha casa, o que deixava meus animais menos estressados do que ficar em um hotel, dava a medicação ao Vicent todos os dias e também dava comida, colocava água, limpava a caixa de areia, brincava com eles e dava carinho e atenção durante esse período. E ainda me mantinha informada sobre os dois todos os dias com vídeos e fotos para mostrar como estavam”, acrescenta. “Viajei tranquila, porque sabia que eles estavam sendo bem cuidados”, garante.
O servidor público Felipe Carvalho, 25 anos, também prefere deixar os seus gatinhos em casa sob cuidados personalizados. “Não deixo meus animais sozinhos. Sempre opto por deixar o Jynkx e o Tigrão, meus gatos, sob os cuidados de pet sitter”, conta.
VETERINÁRIA ESPECIALIZADA EM GATOSJessica Duarte tem oito anos de experiência na medicina veterinária, é graduada pela Universidade Nilton Lins e pós-graduada em medicina de felinos pela Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais em São Paulo. Além disso, é membro associado da Academia Brasileira de Clínicos Felinos (ABFel), membro da American Association of Feline Practitioners (AAFP) e sócia-proprietária da Saintfel Medicina Felina.