O vereador Chico Preto protocolou, nesta terça-feira (19), junto ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), uma denúncia com pedido de instauração de inquérito civil para apuar ato de improbidade administrativa do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que não respondeu as indagações feitas pelo parlamentar acerca do uso da estrutura da Prefeitura – carro e servidores – no caso envolvendo a morte do engenheiro Flávio Rodrigues. O crime, ocorreu na casa de Alejandro Valeiko, filho da primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, no dia 29 de setembro.
De acordo com Chico Preto, já é fato notório que a estrutura da Prefeitura foi usada no episódio, e é papel da Câmara Municipal de Manaus (CMM) apurar quem deu a ordem para a ação. O parlamentar recorda que solicitou informações por meio do Ofício nº 057/2019, enviado no dia 9 de outubro, e não obteve resposta. Na sequência, protocolou pedido de convocação do prefeito à CMM, mas o documento foi “colocado na geladeira pela base aliada”. Essa postura, na avaliação de Chico Preto, é a demonstração de que o prefeito não quer dar satisfações sobre o caso.
“No início do mês de outubro eu encaminhei 15 perguntas ao prefeito, cumprindo meu papel de vereador, e até o momento elas não foram respondidas. Por isso, denunciei ao Ministério Público que o prefeito de Manaus mantém essa postura de negar a transparência no uso do patrimônio na sua administração, o que é crime”, afirmou.
Depoimentos divergentes
Na justificativa da denúncia, Chico Preto explicou, também, que há divergência nos depoimentos do secretário de articulação política, Luiz Alberto Carijó, e da primeira-dama do município, Elisabeth Valeiko. O secretário afirmou em pronunciamento na CMM no dia 9 de outubro, que Arthur não esteve no condomínio Passaredo – local onde engenheiro Flávio Rodrigues foi assassinado -, enquanto que Valeiko informou à Polícia Civil, no dia 21, que seu esposo esteve com ela no local.
“Isso põe na cena do evento que vitimou o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, o prefeito de Manaus, junto com um segurança pessoal seu, o sargento da Polícia Militar Elizeu da Paz de Souza, e o veículo da Casa Militar da Prefeitura. Não quero fazer o papel da polícia. Meu papel é saber quem deu ordem para o uso da estrutura da Prefeitura nesse caso”, concluiu.