Após três semanas postergando a votação de requerimentos dos vereadores, o presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Joelson Silva (PSDB), encaminhou, nesta quarta-feira (13), para apreciação da procuradoria da Casa o requerimento 2.183/2019, de autoria de Chico Preto, que pede a convocação do prefeito Arthur Neto (PSDB) para explicar seu envolvimento e o da estrutura da Prefeitura no ‘Caso Flávio’. A decisão do chefe do parlamento municipal não tem previsão no Regimento Interno da CMM.
O requerimento de Chico Preto foi apresentado no último dia 29 de outubro e só agora foi colocado em pauta – caso incomum no parlamento municipal que tem como praxe a apreciação de requerimentos diariamente -. A convocação se baseia na incoerência entre os discursos do secretário de articulação política, Luiz Alberto Carijó, e da primeira-dama do município, Elisabeth Valeiko. O secretário afirmou em pronunciamento na CMM no dia 9 de outubro, que Arthur não esteve no condomínio Passaredo – local onde engenheiro Flávio Rodrigues foi assassinado -, enquanto que Valeiko informou à Polícia Civil, no dia 21, que seu esposo esteve com ela no local.
Desde que o Caso Flávio veio à tona, Chico Preto tem sido o único parlamentar a buscar informações acerca do uso da estrutura da Prefeitura na morte do engenheiro, mas tem esbarrado no silêncio do prefeito e seus assessores. O vereador enviou, em duas oportunidades, questionamentos à Arthur que não foram respondidos.
Segundo Chico Preto, a postura do chefe de o executivo é a prova de que ele não só sabia, como comandou o uso da máquina da Prefeitura, com carro da Casa Militar e agentes públicos no caso, o que se configura crime de responsabilidade. De acordo com o parlamentar, diante do silêncio sobre o assunto, o caminho agora é buscar meios jurídicos para que a verdade apareça e a responsabilidade de quem gerenciou o processo seja elucidada.
“As oportunidades foram dadas. Ele (Arthur) poderia ter respondido o ofício, poderia ter vindo à CMM. O que vejo é o silencio e a manobra da bancada para blindá-lo. É a mesma estratégia dos advogados que tentam cercear portais e canais de TV de noticiarem o caso. Meu convencimento é de que o Arthur sabia e gerenciou o uso da estrutura da Prefeitura e deu as ordens para que o carro fosse utilizado e servidores viajassem com o Alejandro. Não quero ser polícia. A Polícia Civil está cuidando da parte criminal. Cabe à Câmara Municipal de Manaus apurar e punir quem deu a ordem e usou a estrutura da Prefeitura, que é patrimônio do povo, nesse episódio”, afirmou.