Uma mulher de 29 anos foi mantida em cárcere privado e espancada pelo namorado, de 34, após a vítima ter perdido o bebê. O caso envolvendo Natalie Freeman aconteceu em Manchester, na Inglaterra, e Craig Moran apareceu sorrindo em foto tirada pela polícia quando foi preso. As informações são do The Sun.
A mulher ficou coberta de hematomas e os médicos tiveram que “reconstituí-la” usando parafusos e placas de metal. Os dois já haviam namorado na adolescência e decidiram retomar o relacionamento. Grávida, a mulher acabou perdendo o bebê com 12 semanas de gestação e, não satisfeito, o homem a espancou durante dois dias seguidos.
“Homens como Craig nunca mudarão. Eu nunca deveria ter lhe dado outra chance. Vou suportar as cicatrizes físicas e mentais pelo resto da minha vida. Mas nunca mais cometerei o mesmo erro”, disse a jovem em uma entrevista a Fabulous Digital.
Primeiro namorado
Segundo a jovem, o homem foi seu primeiro namorado e os dois se gostavam. “Ele era encantador e eu realmente confiava muito nele. Como ele era mais velho, eu também me sentia segura. Mas nem todos da minha família gostavam dele. Alguns de meus amigos também avisaram que ele era uma pessoa ruim”, afirma.
Não demorou muito para que Natalie percebesse que o homem tinha um temperamento desagradável. “Ele não era um bom homem, ficava o tempo todo gritando e me xingando. No começo, tentava inventar desculpas para ele, mas depois de três anos nos separamos”.
Alguns anos depois, em um bar, o casal se reconciliou para mais uma chance. “Enquanto conversávamos sobre as bebidas no bar, ele se inclinou para mais perto. Aí ele me disse: ‘nunca deveríamos nos separar. Sempre foi você’. Então ele me deu um de seus grandes sorrisos e eu simplesmente não resisti”, relata.
Gravidez e aborto espontâneo
Após pouco tempo juntos, a mulher descobriu que estava grávida. “Ele ficou emocionado. Sorrindo para mim, ele disse que agora ‘seremos uma família adequada’. Tudo parecia perfeito”, continua Natalie.
Em maio de 2015, os futuros pais foram para o exame de 12 semanas. Contudo, no momento do ultrassom, o bebê não apresentava batimentos cardíacos. “Ele foi procurar um médico. Depois de passar mal, ouvi uma voz dizer ‘sinto muito’ e ocorreu que o bebê havia morrido. Eu comecei a chorar e me virei para Craig, mas ele saiu da sala”, relata.
“Eu pensei que ele devia estar chateado também. Fui para casa e fiquei sofrendo sozinha. Ele não atendeu minhas ligações e nem retornou minhas mensagens”.
Demorou uma semana para o homem entrar novamente em contato com a mulher. Em um bar, os dois começaram a discutir. “Ele estava gritando comigo, dizendo que era minha culpa eu ter perdido o bebê. Comecei a andar, mas ele me agarrou e me jogou no chão. Quando eu caí no meu pulso, ouvi um barulho, seguido por uma dor muito forte”, lembra.
“Gritei de agonia, mas não tive tempo de reagir antes que ele desse um soco no meu rosto. Desmaiei. Quando cheguei, o sangue escorria pela minha bochecha e meu pulso latejava. Eu disse a ele que achava que estava quebrado, mas ele respondeu: ‘você caiu nela, a culpa é sua por ser tão gorda’”.
Novas agressões e estupro
O relacionamento não terminou e, algum tempo depois, as agressões pioraram. Durante uma nova discussão sobre o aborto espontâneo, em que ele ainda culpava a mulher, o homem pegou uma garrafa de bebida e bateu na perna de Natalie, com tanta força que “ouviu seu osso estalar”.
“Eu estava chorando, gritando com ele para parar quando uma dor entorpecedora me atravessou. Então a sala ficou embaçada, pude sentir minha força acabando. Não sei quanto tempo levou até ele finalmente parar. Como a dor irradiava em cada centímetro do meu corpo, implorei que ele me levasse ao hospital. Mas ele recusou”, conta.
Em vez de levá-la ao hospital, Craig estuprou Natalie. Sem forças, ela não conseguiu impedi-lo. Finalmente, depois de dois dias mantendo a mulher em cárcere privado, o homem a arrastou para fora do local e a deixou no elevador. “Ele me avisou que, se eu dissesse a alguém, que lamentaria”, conta.
Ela ficou caída no chão até que um casal a encontrou e a levou ao hospital. Uma vez lá, Natalie chamou a mãe e relatou o caso para a polícia. A mulher teve fraturas nas pernas, braços, cabeça, tronco e pulso. O homem foi preso e, na hora da foto, ele sorriu.
Condenado a 18 anos
Craig Moran, 34, admitiu duas acusações de agressão, atividade sexual sem consentimento, ameaças de morte e violação de uma ordem de restrição. Ele foi condenado a 18 anos de prisão, e Natalie fez questão de ir ao julgamento.
“Eu não queria que a última imagem de mim fosse a surrada e quebrada aos pés dele. Queria que ele visse o meu eu forte – enfrentando-o – sem voltar atrás. Quando o juiz leu a sentença, chorei de alívio. Sabendo que não vou andar na rua e esbarrar nele, finalmente me sinto livre”, relembra.
“Cega pelo amor, escolhi acreditar no que queria acreditar – quase me custou a vida. Aprendi da maneira mais difícil que bandidos violentos como Craig nunca mudam. Mas não voltarei a cometer esse erro. Espero que, contando minha história, funcione como um aviso para outras mulheres, para que elas não acabem passando pelo mesmo que eu”, completa.
Fonte: Foco amazonico