Iniciativa irá contribuir com estudos para desenvolvimento de medicamentos e vacinas para combater o coronavírus
A Petrobras irá direcionar parte da capacidade de processamento de computadores de alto desempenho (HPC) – os chamados “supercomputadores” – para colaborar com pesquisas de combate ao coronavirus, em parceria com o departamento de Química da Universidade de Stanford, nos EUA. O objetivo é contribuir com o Projeto Folding@home, coordenado por essa instituição, dedicado a estudar como o coronavírus se comporta no corpo humano e como a doença evolui, a partir da interação das proteínas virais, abrindo caminho para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Entre outros avanços, esse projeto já ajudou a identificar, por exemplo, a estrutura da proteína que conecta o Covid-19 às células humanas.
Até dois supercomputadores a serviço da Petrobras poderão ter parte de sua capacidade de processamento redirecionada para essas pesquisas: o Santos Dumont, maior supercomputador da América Latina, sediado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em Petrópolis (RJ), o qual teve sua capacidade expandida recentemente devido a cooperação entre o laboratório, a companhia e seus parceiros do Consórcio de Libra (Total, Shell Brasil, CNODC e CNOOC Limited, juntamente com a Pré-sal Petróleo S.A. – PPSA, que exerce papel de gestora desse contrato); e o OGBON, fruto de parceria com o Senai-Cimatec, instalado em Salvador (BA). Para a iniciativa, a companhia está atuando para mobilizar 60% da capacidade do Santos Dumont – 2 petaflops (o equivalente à capacidade computacional de 2 milhões de laptops), além de 50% da capacidade do Senai-Cimatec, o correspondente a cerca de 1 petaflops (ou 1 milhão de laptops).
O uso desses supercomputadores permite acelerar o tempo das simulações para os pesquisadores chegarem a resultados mais rápidos em suas pesquisas. “Criamos uma ampla frente científica na Petrobras para levantarmos soluções e ideias dedicadas ao combate ao coronavírus. Estamos desenvolvendo soluções que sejam ágeis e simples, como é o caso do uso dos nossos supercomputadores para o projeto Folding@home, por meio do qual conseguimos direcionar a capacidade de processamento desses supercomputadores para as universidades”, explicou o Diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, Nicolas Simone.
Além dessa iniciativa, a Petrobras mobilizará seus recursos computacionais de alto desempenho para projetos de pesquisa de universidades brasileiras no combate ao coronavírus. Um dos potenciais projetos, em parceria com a PUC-Rio e o Senai-Cimatec, é o uso de técnicas de inteligência artificial (deep learning) para auxiliar a diferenciar um Raio-X de uma pessoa com uma gripe normal de um Raio-X uma pessoa com o coronavírus. Os algoritmos criam padrões de repetição e, por meio da comparação de dados, é possível chegar a um diagnóstico. Trata-se de um teste mais rápido e barato que uma tomografia ou um exame de sangue PCR, por exemplo.
Frente científica no combate ao coronavírus
Essas iniciativas integram uma ampla frente liderada pela Petrobras, que está mobilizando seus profissionais das mais diversas áreas do conhecimento para desenvolver ideias que possam contribuir para o combate ao coronavírus – em parceria com universidades, empresas, organizações sociais e instituições do Brasil e do exterior. O objetivo é propor soluções que possam utilizar a estrutura de tecnologia, equipamentos e consultoria técnica da companhia para auxiliar no trabalho de combate à pandemia, nas frentes de prevenção ao coronavírus, tratamento e suporte hospitalar.
Nesse mesmo movimento de combate ao coronavírus, a Petrobras também está dedicada a iniciativas como doação de insumos a instituições – incluindo a doação, por exemplo, de itens de segurança e higiene ao Hospital da UFRJ – e mobilização de suas estruturas para estocagem, entre outras.
Sobre o Folding@Home
Lançado em 2000, o projeto Folding@Home é um consórcio que reúne instituições acadêmicas e vários laboratórios de pesquisa norte-americanos a partir de uma plataforma computacional para permitir simulações de vários projetos submetidas por pesquisadores de diversas universidades do mundo inteiro. O projeto já conseguiu, entre outros avanços, identificar uma oportunidade para o tratamento do vírus do Ebola, que até então era considerado incurável, por meio de simulações computacionais e posteriores experimentos. Agora o projeto busca o desenvolvimento de medicamentos para combater o coronavírus.
Fonte: Chumbo grosso