No primeiro mês de quarentena no Amazonas, apenas 52,2% da população respeitou a recomendação de isolamento social como prevenção ao novo coronavírus. O levantamento foi realizado de 21 de março – quando o governo decretou a suspensão de serviços não essenciais – até 21 de abril. Neste período, o número de casos de Covid-19 subiu de 7 para 2.270 no estado.
As informações são da empresa Inloco, que desenvolveu o Índice de Isolamento Social para auxiliar as autoridades a direcionarem os recursos de segurança pública, comunicação e saúde. Os dados são coletados por meio da função de geolocalização de dispositivos móveis através da integração da empresa com aplicativos de parceiros.
O Amazonas ultrapassou a marca de 8 mil casos confirmados da doença nesta terça-feira (6), com o registro também de mais de 640 óbitos.
Desde o dia 13 de março, quando o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Estado, a taxa mais alta de isolamento (62,7%) foi capturada no dia 19 de abril (terça-feira), depois de quatro dias em ascensão.
No último dia 30, véspera de feriado, o índice de isolamento caiu para 42% – depois de registrar taxas de 52,57% e 51,64% nos dois dias anteriores – e colocou o Amazonas em 12º lugar no ranking de isolamento social, na comparação mais recente com os demais Estados. A média nacional registrada foi de apenas 39%.
Amazonas aparece em 12º lugar no ranking de Isolamento Social do Brasil registrado no dia 30 de abril — Foto: Divulgação/InlocoAmazonas aparece em 12º lugar no ranking de Isolamento Social do Brasil registrado no dia 30 de abril — Foto: Divulgação/Inloco
Amazonas aparece em 12º lugar no ranking de Isolamento Social do Brasil registrado no dia 30 de abril — Foto: Divulgação/Inloco
No período analisado – de 21 de março a 21 de abril – os dados revelam que os maiores registros de isolamento têm sido aos domingos. O pior índice – quando houve mais deslocamentos pela cidade – foi registrado no dia 1º de abril, quarta-feira, com 43,34% de isolamento.
No dia 3 de abril, o G1 percorreu alguns pontos da capital amazonense e verificou aglomeração de pessoas e comércios não essenciais em funcionamento em diversas zonas. Na primeira semana após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Amazonas, lojistas do Centro de Manaus já registravam queda nas vendas. Até então, o governo tinha apenas recomendado que a população ficasse em casa.
Para reduzir a disseminação do coronavírus, o governador Wilson Lima prorrogou, no último dia 17, o estado de calamidade pública no Amazonas por seis meses. A suspensão dos atendimentos de bares e restaurantes, casas de eventos, igrejas e estabelecimentos similares na cidade de Manaus já estava em vigor desde o primeiro decreto quando o estado possuía sete casos confirmados de Covid-19.
Desde o dia 6 de abril, forças policiais do Amazonas realizam a operação “Fique em Casa”, para fiscalizar comércios não essenciais que não estejam cumprindo o decreto do governo em prevenção ao avanço da doença.Sistemas em colapso
Atualmente, mais de 95% dos leitos para pacientes de Covid-19 estão ocupados. Faltam leitos e profissionais, aparelhos são improvisados e contêineres frigoríficos têm sido instalados nas unidades de saúde e nos cemitérios para comportar aumento de mortes .
No último domingo (26), a capital registrou recorde de enterros desde o início da pandemia, com 140 sepultamentos. A Prefeitura informou que a projeção do pior cenário de maio é que ocorram cerca de 4,2 mil sepultamentos em maio. Desde então, a média diária tem sido de 100 enterros na capital.
Fonte: G1 AM