Após protestos em algumas cidades do país, nesta terça-feira (2) chega a vez da capital amazonense receber, a partir das 14h, na avenida Djalma Batista, em frente ao posto 700, uma mobilização pró-democracia. Membros da sociedade civil organizada vão se unir contra os movimentos antidemocráticos, que incitam o ódio, o preconceito e o fascismo. Para evitar confrontos ou abuso de autoridade durante o protesto, um grupo de advogados de Manaus decidiu acompanhar o ato, com o objetivo de salvaguardar a segurança de quem for às ruas.
No documento enviado à Procuradora Geral de Justiça do Amazonas, Leda Mara Nascimento Albuquerque, o grupo pede a participação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) para que sejam tomadas as medidas cabíveis no sentido de assegurar o controle externo da atividade policial, evitando ilegalidades e abuso de poder ou autoridade. De acordo com o advogado Marcelo Amil, a decisão de participar da manifestação é garantir ao cidadão o direito constitucional de manifesta-se.
“O momento no país é delicado e a situação política é grave. Esta será a hora onde todas as pessoas que acreditam que a democracia é o melhor caminho, poderão se unir. A decisão de formar o grupo com os advogados é justamente garantir que o ato seja pacífico, sem interferência de opositores ou da força policial desnecessária”, disse.
Além dos advogados, sociólogos, professores e demais categorias assinaram a petição pedindo que o Ministério Público envie promotores de Justiça para acompanharem o ato pacífico. A medida foi solicitada após ameaças nas redes sociais e registro de truculência policial nos demais estados brasileiros onde foram realizadas manifestações pró-democracia.
Ameaça
Em Manaus, houve ainda um registro de ameaça feita por parte de um militar. Em um post, o policial disse que estava com “as balas de borrachas preparadas” para o ato, deixando nas entrelinhas uma mensagem de abuso de poder, com a possibilidade de ataque a quem participar do movimento. A ameaça caiu como uma bomba e virou polêmica nas redes sociais.
“Justamente por conta desse tipo de ameaça é que o grupo estará pronto, junto com a promotoria, para garantir a segurança das pessoas. Não vamos deixar que violem o direito constitucional de livre manifestação do pensamento. Nós vamos garantir que o ato democrático seja aconteça da melhor forma possível”, declarou Amil.
Manifestação
O movimento, segundo os organizadores, é uma ação da população “contra os retrocessos sociais impostos pelo governo Bolsonaro e contra o genocídio da população pobre e negra no Brasil”. A morte do adolescente João Pedro, de 14 anos, no Rio de Janeiro, durante uma operação policial é uma das bandeiras do movimento, que também faz críticas as alusões aos nazismo e ao fascismo feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em Manaus, o ato é coordenado por integrantes do movimento Amazonas pela Democracia, que nasceu nas redes sociais.