O retorno das aulas presenciais nas escolas do Amazonas que está sendo elaborado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vai ser debatido pelo Movimento de Professores de BASE Amazonas e especialistas da área de saúde, nesta segunda-feira, 15, a partir das 18h. Com o tema: “Por nem uma vida a menos!”, a live promete reunir especialistas da área de saúde, professores municipais, estaduais e universitários, além de representantes do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas).
De acordo com um dos organizadores do evento, o professor de História Rafael César, a live tem o objetivo de abrir um debate democrático com os professores, uma vez que a Seduc está montando um protocolo de retorno sem discutir com os educadores. Quem quiser acompanhar a transmissão deve acessar o canal Movimento dos Professores de BASE Amazonas pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCV-vRpwNFDko44DCWmiMD1g no youtube a partir das 18h.
“Nessa live iremos conversar com especialistas da área de saúde com reconhecida atuação e também com representantes da base educacional. Esse esforço nasce de um grupo de professores autônomos. Nosso grupo tem objetivo combater qualquer informação e decisão que agrave mais a situação de emergência sanitária por conta da Covid-19. Daí, entendemos primordial o debate e a ação que visem a preservação da vida dos alunos e professores”, afirmou.
Devem participar da live especialistas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e representante da Associação Amazonense de Medicina do Trabalho (ANAMT).
Na avaliação de Rafael, ainda é cedo para os professores voltarem às aulas presenciais. “Sim, principalmente por não temos nenhuma política de segurança à vida. No momento, o governo coloca a burocracia antes da vida. E não há bem maior, direito maior pelo qual lutar, além da vida”, pontuou.
“Não aceitamos perder nenhum aluno ou colega de trabalho nessa luta. Não podemos naturalizar a perda de entes queridos. Afinal de contas são pessoas e não números”, afirmou.
O professor de História disse ainda que a Seduc não tem nenhuma estrutura para garantir a segurança para seus alunos e seus funcionários. “Queremos segurança 100% para nossos alunos e para nós. A Seduc não tem teste para todos seus funcionários e alunos, da capital e do interior. A Seduc muitas vezes não consegue garantir que tenha sabão para os alunos higienizarem suas mãos em dias “comuns”, como ela irá garantir isso em meio a uma pandemia?”, questionou.
Rafael César afirmou que trabalha numa escola integral com média de 700 alunos e segundo ele, no local só tem um banheiro masculino e um feminino. “Como iremos garantir a segurança dos alunos? Muitas vezes falta pincel, como iremos garantir que todos os alunos tenham máscaras? As salas são superlotadas, como iremos passar o dia fechado com esses alunos colocando todos em risco?”, indagou.
Rafael convidou a imprensa a visitar as escolas que não possuem arquitetura adequada e que irão gerar aglomerações desnecessárias, principalmente na área central, e citou como exemplo as escolas Vicente Schettini, Francisca Albuquerque, os CEJA’s Paulo Freire, Jacira Caboclo e Agenor Ferreira Lima.
Fonte: O poder