Funcionários do Belle Femme denunciam irregularidades no processo e cobram transparência das autoridades sobre investigações e desaparecimento de provas
O salão de beleza Belle Femme, administrado pela família de Djidja Cardoso, publicou nesta quarta-feira (29/10) uma nota pública de indignação nas redes sociais, em que denuncia supostas irregularidades cometidas por agentes da Polícia Civil do Amazonas durante as investigações que resultaram na prisão e exposição midiática dos proprietários do estabelecimento. O texto, amplamente compartilhado nas redes, também marca o governador Wilson Lima, em um apelo direto ao Estado por justiça e transparência.
Na publicação, o Belle Femme afirma que celulares usados para incriminar os envolvidos “simplesmente sumiram”, e que, apesar das diversas solicitações da defesa, não há respostas oficiais sobre o paradeiro dos aparelhos, que seriam peças-chave para o esclarecimento dos fatos. Além disso, o salão denuncia que câmeras internas registraram policiais desligando o sistema de monitoramento durante a operação, o que, segundo a nota, levanta “sérias dúvidas sobre a conduta e a transparência de toda a investigação”.
A nota também questiona a condução judicial do caso, mencionando o juiz Celso Souza de Paula, recentemente aposentado compulsoriamente por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após uma série de punições e investigações por condutas consideradas irregulares no exercício da magistratura. Entre os episódios que motivaram sua aposentadoria, constam decisões controversas durante plantões judiciais e interferência indevida em processos de outros magistrados, conforme reportado em jornal local.
O texto do Belle Femme reforça que nenhuma substância ilícita, arma, balança ou movimentação financeira suspeita foi encontrada durante as diligências realizadas nas unidades do salão e nas residências dos familiares.
“Fomos acusados injustamente de tráfico e associação ao tráfico, sem que houvesse qualquer elemento real ou materialidade legal que sustentasse tais acusações”, diz o comunicado.
Outro ponto destacado é que o processo seguiu sem a devida apresentação de laudos periciais fundamentais à comprovação da verdade dos fatos, cerceando o direito constitucional à ampla defesa.
“Mais grave ainda: o juiz responsável permitiu que o processo seguisse sem esses laudos fundamentais. Posteriormente, esse mesmo magistrado foi aposentado por motivos disciplinares, e a sentença foi anulada por decisão superior”, reforça a nota.

Para a defesa da família Cardoso, o que está em curso é “um escândalo judicial e humano”, que precisa ser revisto com urgência.
“O Estado não pode continuar punindo inocentes e destruindo histórias de vida baseadas em versões, e não em fatos”, lamentam os advogados, que afirmam ter fé na reversão das injustiças e na retomada da verdade.
Encerrando a nota, o salão Belle Femme afirma resistir “com fé, coragem e verdade”.

