A comitiva de embaixadores e ministros, liderada pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, sobrevoa nesta sexta-feira (6) áreas de fronteira do Amazonas. O grupo deixou Manaus rumo a São Gabriel da Cachoeira e vai visitar os batalhões responsáveis pela segurança nas fronteiras.
Depois, com a comitiva de embaixadores e ministros, Mourão vai conhecer um centro de atendimento à saúde indígena. O grupo deve retornar a Brasília no fim da tarde. Durante os deslocamentos, o vice-presidente, os ministros e embaixadores vão observar a situação do desmatamento e queimadas na região.
Visita exclui regiões mais afetadas
A viagem foi organizada após oito países europeus enviarem uma carta ao vice-presidente afirmando que a alta do desmatamento poderia dificultar a importação de produtos brasileiros. A tentativa do governo é dar uma resposta às críticas que o país sofre na área ambiental.
O roteiro proposto pelo Governo Federal foi criticado por ambientalistas, uma vez que inclui apenas visitas ao Norte do estado, embora as áreas que mais sofram com queimadas e desmatamentos ficarem na região Sul. Apesar da proposta da viagem, segundo Mourão, seja apresentar a “Amazônia real” aos estrangeiros, a programação deixou de fora as regiões mais afetadas pelo fogo.
No primeiro dia de visitas, na quarta-feira (4), a comitiva sobrevoou parte da região norte. Membro do grupo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, chegou a admitir que havia áreas de queimada na região, mas minimizou o problema citando uma “fogueirinha”. Para ele, se o bioma estivesse realmente em chamas, “a fumaça chegaria a Londres ou Paris.
Neste ano, o Amazonas já registra o maior número de queimadas da história, com mais de 16 mil focos.
Já no segundo dia de visita ao Amazonas, nesta quinta-feira (5), a comitiva visitou o ponto turístico do encontro dos rios Negro e Solimões, além da superintendência regional da Polícia Federal em Manaus e áreas rurais com iniciativas de agricultura sustentável na região metropolitana.
O diretor geral da Policia Federal, Rolando de Souza, explicou a metodologia de rastreamento da madeira que é extraída da floresta. Segundo Souza, 50% da madeira exportada para a Europa e Estados Unidos são de extração ilegal. Ele apresentou amostras de madeiras identificadas, origem e destino, e os países compradores do produto.
Foi apresentado o sistema de rastreamento, que conta com uma técnica capaz de reconhecer o DNA da madeira e até identificar de onde ela veio. Dessa maneira, a polícia consegue identificar a extração ilegal. O superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, afirmou que os países importadores são corresponsáveis no combate ao desmatamento ilegal.
Além do vice-presidente, acompanham a viagem os ministros Tereza Cristina (Agricultura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Eduardo Pazuello (Saúde), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho.
A comitiva é formada ainda por embaixadores e diplomatas da África do Sul, Alemanha, Canadá, Colômbia, Espanha, França, Peru, Portugal, Reino Unido e Suécia.
*G1