Nesse momento crítico do avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em Manaus, diante da falta de Equipamentos de Proteção Intensiva (EPI) a muitos profissionais essenciais, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade começou produzir e doar 500 macacões de proteção contra o vírus aos coveiros dos cemitérios da cidade.
Os trabalhadores dos cemitérios relataram que estavam sem os macacões, uma vez que não havia EPIs para vender em Manaus, nem em São Paulo. Segundo eles, havia apenas um fornecedor na Bahia, mas o tempo de entrega é inviável, diante do volume de enterros de pessoas vítimas da Covid-19, na capital do Amazonas.
A escola de samba, que contou com o apoio de empresários e do ex-deputado David Almeida, abraçou a ideia solidária, a partir das suas costureiras, que sempre ajudaram a levar a arte e alegria para a avenida do samba e agora passaram a confeccionar equipamentos para proteger a vida de profissionais que recebem as vítimas do novo coronavírus nos cemitérios de Manaus.
Segundo o presidente da Reino Unido da Liberdade, Jairo Beira Mar, as costureiras da escola de samba falaram que queriam, nesse tempo vago, ajudar de alguma forma no combate à pandemia. “Falei com alguns amigos empresários, inclusive o David, que chamou mais empresários para doarem o material. As nossas costureiras então começaram a entrar com a mão de obra, e outros amigos já estão entregando os macacões aos coveiros”, disse.
Nas últimas semanas, quando começou a aceleração descontrolada de casos confirmados de contaminação e de mortes causadas pela Covid-19, durante os enterros das vítimas, apenas os profissionais da saúde apareciam nos cemitérios com equipamentos de proteção.
Enquanto familiares eram impedidos de ficar próximos aos seus entes queridos por conta dos riscos de contaminação, mesmo depois de o parente ter falecido, os coveiros dos cemitérios públicos eram os únicos que seguiam suas funções, até mesmo sem máscara sobre o nariz e a boca.
Fonte: Foco Amazônico